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sábado, 7 de novembro de 2009

PORTUGAL DE UILTRAMAR 1962

novembro 06, 2009

Guerra Colonial - 'Nunca pedimos desculpa'

Manuel José Homem de Mello, figura ligada ao Estado Novo, que em 1962 defendeu uma solução política para o Ultramar, estranha que Portugal tenha "sempre razão"

Foto «Diário de Notícias»
Manuel José Homem de Mello, figura ligada ao Estado Novo, expressou ontem a sua estranheza por Portugal ser "o único" actor política na cena internacional que "não pede desculpa".
"Os EUA pediram desculpa pelo Vietname. A Igreja Católica pediu desculpa pela Inquisição [e] pelas Cruzadas. Todo o mundo pede desculpa. Portugal não pede desculpa a ninguém. Acho isto uma coisa extraordinária", pois "Portugal enganou como os outros", considerou Manuel José Homem de Mello, sentado ao lado do ex-Presidente da República Mário Soares, no lançamento da reedição do livro de 1962 - Portugal, o Ultramar e o Futuro - que, segundo o professor Paulo Otero (apresentador da nova edição) "é a primeira obra" escrita por "alguém do interior do regime" do Estado Novo que "põe em causa a política ultramarina de Salazar".
Segundo Homem de Mello, Portugal "podia ter sido o primeiro Estado colonial] a sair do Ultramar e foi o último" a deixar as suas colónias. "Perdemos a guerra, que podíamos não ter feito. Perdemos o Ultramar, quando podíamos ter ficado se tivéssemos saído a tempo e horas."
Para Mário Soares, o livro agora reeditado "é histórico e pioneiro" por falar - "em 1962", realçou - na "necessidade de uma solução para o Ultramar que era política e não militar". Recorde-se que Homem de Mello tinha sido deputado à Assembleia Nacional entre 1957 a 1961, assumindo depois e até 1964 as funções de assessor político do Presidente da República Craveiro Lopes. Voltaria a ser deputado entre 1969 e 1974.
Paulo Otero assinalou ainda que "a História deu dramaticamente razão aos receios manifestados" por Homem de Mello no livro, onde sustentou que "se não fo[ss]em os portugueses a dar autonomia" às colónias, "a emancipação surgir[ia] contra nós".
Por Manuel Carlos Freire «Diário de Notícias»
Publicado por Jorge Santos - Op.Cripto em novembro 6, 2009 04:22 PM | 

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